27/01/2008
Sobre o Nosso Lado Sombra
Como diz Jung, tudo o que vamos rejeitando em nós vai criando ou aumentando o lado sombra, que é a soma de tudo que não conhecemos ou não entendemos em nós, de tudo que negamos, omitimos ou deturpamos – tendências, desejos, memórias, experiências. Esse acúmulo de negações vai sendo projetado durante a nossa vida sob a forma de sonho ou por outros mecanismos. Vivemos num compasso seqüencial de impressão, negação, projeção. Para Jung, a sombra é o centro do inconsciente, o núcleo de tudo o que foi reprimido, rejeitado.
Em “A Estrutura da Psique”, Jung diz:
O inconsciente não é simplesmente o desconhecido, ou o depósito de pensamentos e emoções conscientes que foram reprimidas, mas inclui os conteúdos que podem ou irão tornar-se conscientes.
Em “A Natureza da Psique”, Jung diz:
O inconsciente descreve um estado de coisas extremamente fluido; tudo o que eu sei, mas que no momento não estou pensando, tudo aquilo que antes eu tinha consciência, mas de que agora me esqueci, tudo o que é percebido pelos meus sentidos, mas que não foi notado pela minha mente consciente, tudo aquilo que involuntariamente e sem prestar atenção, sinto, penso, recordo, quero e faço; todas as coisas futuras que estão tomando forma em mim, e que em algum momento chegarão à consciência; tudo isso é o conteúdo do inconsciente.
A personalidade é a máscara que utilizamos para nos relacionar. É uma série de padrões, conceitos, preconceitos, idéias. A sombra inclui o que rejeitamos por ser incompatível com a personalidade, por ser contrária aos padrões e aos ideais. Quanto mais forte nossa personalidade e quanto mais nos identificamos com ela, mais repudiamos certas partes de nós mesmos.
A sombra representa, ainda, aquilo que consideramos inferior em nossa personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos. Cada porção reprimida da sombra representa uma parte de nosso ser. Fica claro, então, que nos limitamos na mesma medida em que mantemos este material inconsciente. Somente com o Sol a pino podemos ficar sobre a nossa sombra.
Paz Profunda,
Fabio Ferreira Balota
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